Não há duas sem três
Aí está a terceira edição. Obrigado a todos os que têm contribuído para fazer de O Independente - A Máquina de Triturar Políticos um sucesso de vendas e de crítica.
Têm-nos perguntado se o bom desempenho do livro é a prova de que há muita gente com saudades d'O Independente. Sem querermos presumir as motivações alheias, parece-nos que não arriscaremos muito se dissermos que o sucesso do livro é, em boa medida, credor do sucesso do Indy. E acaba por ser uma homenagem a quem o fez, sobretudo nos tempos áureos sobre os quais o livro se dedica, quando coabitavam os nossos três protagonistas: Miguel Esteves Cardoso, Paulo Portas e Cavaco Silva. Há uma nostalgia d’O Independente e do que o jornal significou: a irreverência, o arrojo, o desafio, a capacidade de sacar grandes notícias e embrulhá-las bem, a qualidade dos textos, o impacto das primeiras páginas, os trocadilhos das manchetes, autênticos soundbites antes de sabermos o que era um soundbite.
O Indy era um jornal bem-humorado e mal comportado, como nunca voltou a haver outro. E com uma liberdade enorme, que usava sem pedir licença e, mesmo quando ia longe demais, sem pedir perdão. Talvez a nostalgia d’O Independente também seja a nostalgia dessa liberdade, sem medo de arriscar e de se espalhar ao comprido, e desses tempos em que tudo parecia possível. E, n’O Independente, tudo era mesmo possível.